sexta-feira, 27 de maio de 2011

Kit contra a homofobia

Nesta quinta, 26, uma polêmica foi levantada: o Kit contra a homofobia, apelidado vulgarmente de "Kit Gay" seria uma forma de acabar com o preconceito ou de incentivar o homossexualismo?

Bem, antes de qualquer coisa, vamos entender do que é composto esse Kit. Trata-se de um conjunto de vídeos e guias de comportamento para os professores, a fim de que os mesmos saibam lidar com o público homossexual nas escolas. E, ao contrário do que ficou implícito, esses kits não seriam distribuídos aos alunos, individualmente, mas apresentados por meio dos professores, que exibiriam documentários e solicitariam tarefas inerentes, para atingir o objetivo do projeto, que é o de acabar com o preconceito contra tal público.
A princípio, esse Kit seria enviado a 6 mil escolas públicas do país.


O projeto nasceu em decorrência da discriminação e das práticas de bullying nas escolas, práticas essas que são bem mais intensas e constantes em se tratando do público homossexual. A elaboração, por não haver material necessário nem preparação dos professores da rede pública de ensino, ficou a cargo de entidades de direitos humanos e da população LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros).

Três vídeos, supostamente pertecentes ao material do Kit, teriam vazado pela internet e tratariam de conteúdo adulto. Daí a polêmica gerada. A Presidenta Dilma Rousseff, então, mandou suspender a confecção do material, a fim de analisá-lo melhor e submetê-lo à apreciação da sociedade, inclusive a integrantes da Igreja Católica e Evangélicos.

Mesmo com a repercussão negativa do Kit, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura - UNESCO deu parecer favorável à disseminação do material, por acreditar que seu conteúdo pode, de fato, ajudar a exterminar a discriminação sexual que fere, inclusive, a Constituição Federal, em seu art. 5º, inciso X: " são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação."


Já está mais do que na hora, até mesmo pela trivialidade desse público, de agirmos como pessoas civilizadas que sabem respeitar as diferenças e conviver com elas em harmonia. Uma Professora expressou-se muito bem quando afirmou que "sexualidade não se influi, mas o preconceito sim." É isso mesmo, as pessoas são como são, sofrem algumas adaptações, claro, mas não escolhem fazer parte de grupos já discriminados por natureza. Porém, se a violência que aí está não for contida, se não houver qualquer manifestação de incentivo à paz, à harmonia, à aceitação das pessoas como elas são, estaremos caminhando rumo à intolerância e isso não é, de forma alguma, edificante.

quarta-feira, 25 de maio de 2011




Um choque de realidade na educação


A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte foi palco, no último dia 10 de maio, de um dos discursos que, além de comover o Brasil, instigou a reflexão crítica sobre a real situação da educação em nosso país. A Professora potiguar, Amanda Gurgel, demonstrou a sua insatisfação e a sua angústia de brasileira que não aguenta mais o sistema que aí está posto. O descaso com a educação e com tantos outros segmentos é tão grande que chega a ser humilhante, opressor e desumano.

Sem visar à promoção de sua imagem, a professora atingiu um destaque em rede nacional e seu discurso passou a ser 'hit' famoso no já consagrado espaço de seguidores - o twitter. As palavras proferidas de forma simples, mas marcante, foram um verdadeiro 'tabefe', um desabafo compartilhado por milhares de brasileiros e brasileiras que sofrem com os desmandos dos seus governantes.

O Brasil, que concentra a riqueza nas mãos de poucos, se esquiva de olhar para o brasileiro, de enxergar a realidade sem mascará-la, de fazer mais por quem precisa e merece. E assim, privilegiando uma minoria cujos salários já passam dos 6 dígitos, o nosso país permanece no erro e aumenta, a cada dia, as disparidades salariais existentes. A má distribuição de renda faz as fortunas de quem já tem muito aumentarem ainda mais, enquanto o pobre continua oprimido e sufocado pelas imensas dificuldades, inclusive a de se alimentar e sustentar sua família.

No último Domingão do Faustão, exibido em 22 de maio, Amanda falou por 15 minutos e, novamente, emocionou a todos com um discurso de muita verdade, no qual retratava as dificuldades enfrentadas pela educação brasileira. Na oportunidade, afirmara representar a voz de milhares de sua categoria, o que foi de fato comprovado através da enquete publicada naquele mesmo programa global: "Você concorda com o discurso da Professora Amanda Gurgel?". O resultado foi expressivo: 98% de aceitação! E eu estava aí nesse percentual.

É disso que o Brasil precisa: de pessoas como Amanda, que não percam a oportunidade de defender suas ideias, inclusive na mídia, sem vergonha ou receios de perseguição. Os governantes se acostumaram com o 'inerte', o 'indiferente' e reações como essa, da professora e de tantos brasileiros indignados com o sistema educacional do nosso país, surpreendem e simplesmente calam os opressores, porque eles não possuem discursos programados para combater a expressão da verdade.